Devaneios e Loucuras

Simples verdades mentirosas e ilusões verdadeiras!

Minha foto
Nome:
Local: Mogi das cruzes, SP, Brazil

Intensidade e espontaneidade, assim a poesia acontece.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Amor biológico (artigo)

O amor, licor de vários corações. Ora de choro, ora de alegria, quem é “esse” que a todos os seres humanos em algum (ou alguns) momento da vida são apresentados? O que é isso que é capaz de mover montanhas para se concretizar? Estarei mostrando, com este artigo, uma das muitas facetas disso que chamamos amor.
Por mais que queiramos aumentar o amar, ele é uma coisa não tão complicada (quem o complica somos nós) e tão pouco coisa para poucos. Schopenhauer, em seu livro Metafísica do Amor, diz que “Todo enamorar-se, por mais etéreo que possa parecer, enraíza-se unicamente no impulso sexual”(MA,7). Esse impulso sexual é o instinto. Um dos maiores problemas do humano é a dificuldade de se entender mais uma espécie na face da Terra, uma espécie como, ou quase como, todas as outras espécies. “Ele (amor), ao lado do amor à vida, mostra-se como a mais forte das molas propulsoras”(MA,7), isto é, o amor, que podemos chamar de instinto de reprodução, ao lado do instinto de sobrevivência, são da natureza humana, e são eles que movem o humano, assim como movem qualquer outro animal. Como disse Max Schiller: O que move o mundo é a fome e o amor.
O instinto é algo já dentro do humano. Quando vemos uma pessoa e sentimos aquele estardalhaço de sensações, quem agiu foi o instinto. Ele procura uma outra pessoa para completar a si mesmo. Mas o que é esse instinto? Para Schopehauer, “o fim último de toda disputa amorosa é realmente mais importante que todos os outros fins da vida humana. De fato, o que é decidido não é nada menos do que a composição da próxima geração”(MA,8). Isso quer dizer que, em detrimento dos indivíduos, o que está em jogo no amor é a geração vindoura, é a criança a ser procriada. O instinto então seria a briga da espécie por continuar a viver, pois é apenas ela que possui vida eterna. “O problema do amor trata da existência e constituição especial do gênero humano nos tempos vindouros, e na qual, por isso, a vontade do indivíduo entra em cena numa potência mais elevada, como vontade de espécie”(MA,9). Essa vontade de espécie podemos chamar de instinto.
Mas porque por uma pessoa sentimos tais coisas e por outras não? Quando “examinamos” a outra pessoa, “este investigar é a meditação do gênero da espécie sobre o possível indivíduo que ambos poderiam procriar e a combinação de suas qualidades”(MA,34), para cada indivíduo há um outro que combina com suas qualidades, sempre tendo em vista o melhor da espécie. Essa vontade por uma pessoa que vai aumentando, é já a vontade do indivíduo que está por nascer, é a vontade da espécie em continuar a existir. Assim, os amantes acham que estão sentindo aquela coisa eterna, que dizem não acabar, mas não enxergam que estão sendo “usados” por algo bem maior: A espécie. Ou podemos até dizer: Somos usados pela Natureza. “O que, portanto, guia aqui o Homem é realmente um instinto, orientado para o melhor da espécie, enquanto ele imagina procurar apenas o supremo gozo pessoal”(MA,18).

6 Comments:

Blogger l0ir4 said...

Este comentário foi removido pelo autor.

8:27 PM  
Blogger l0ir4 said...

Cai em contradição, gostei do seu artigo quando o li a 1ª vez, mas depois, lendo-o com mais calma pude analisá-lo melhor...

Se vc alemjava falar sobre a noção de amor em Schopenheir, deveria ter deixado mais claro que era sobre schopenheur...
Porque depois dele surgiu a teoria da evolução de darwin, que trata infinitamente melhor a questão,surgiu Freud, etc. (acredito que saiba mais que eu)
Existem milhões, se não bilhões de páginas a respeito do assunto. O pensamento de shopenhaur é extremamente atrasado a respeito de evolução.
Ele da uma explicação simplísta e evolucionista do amor.
Mas ele faz isto antes da teoria da evolução de darwin e antes da fundamentação da psicologia (que trata, entre outros, de sentimentos)
É como tentar mandar um foguete para lua usando a física de aristóteles.(Mas aristóteles é muito importante enquanto filósofo, e estudar sua física tem sim uma grande utilidade.)
Bem, é justamente o assunto de filosofia que não posso afirmar, pois não conheço nem schopenhaur, nem sou especialista em comentar filósofos.

Primeira vez que comento, não vai ficar bravo comigo, em...

beijos!

8:29 PM  
Blogger Gustavo Rodrigues said...

Ola Dayane, tudo bem?
Obrigado pelo comentário. Não há motivos para que eu fique bravo, pelo contrário. Realmente o que vale é discutirmos sobre os temas, e eu estou aberto a discussão.
O que acontece é o seguinte: Este artigo foi feito para um jornal que meu grupo de estudos queria fazer na faculdade, depois resolvi colocá-lo aqui. Acho que está com a razão de eu não ter explicitado desde o início que queria falar sobre Schopehauer, porém isso é percepitível no decorrer do texto. Em todo caso, confesso esse meu erro.
Agora, existe uma coisa que precisamos discutir aqui: Eu não acho em nada atrasado o pensamento de Schopehauer, pelo contrário. O que fica bem a mostra, para mim, no filosofo que escolhi para tratar, é que ele chama de Espécie: enquanto pensamos que o amor nasce por uma vontade indivídual, ele percebe que o amor vem de uma vontade maior, que é a vontade de espécie, que está ligado sim a evolução, mas o que quis tratar não diz respeito a evolução e penso mesmo que esse não era o objetivo primordial de Schopehauer neste seu livro.
O que precisamos entender que tudo são posições, e como eu disse no início do texto "Estarei mostrando, com este artigo, uma das muitas facetas disso que chamamos amor", ou seja, não fechei uma verdade absoluta no que é o amor, mas me propuz uma visão, ou uma posição, do modo como Schopehauer trata do problema. Se proponha a ela também e verá que por trás dela esconde-se algo de interessante.
A explicação dele não é nem simplista e não sei se podemos dizer que evolucionista, mas este último conceito até cabe, porém o primeiro, bom, se fosse simplista ele não seria um dos maiores filosofos do XVIII. Mas, cada um com sua opinião, ou melhor, sua posição.
Até.

12:56 PM  
Blogger l0ir4 said...

Gustavo...
Tudo bem. E com vc??

"...Mas, cada um com sua opinião, ou melhor, sua posição.
Até."
Vc ficou ofendido com meus comentários?

Este tipo de questão, creio eu, debate-se pessoalmente, ou por escrito... geralmente de pessoas que entendem do filósofo, o qual não é meu caso.
Apenas dei a minha opinião... sequer escrevi a gerar este tipo de problema.

Bem, uma "critica" que posso fazer. Vc deve enfatizar mais que é a visão de Schopehauer a respeito do "amor"... é o pensamento de Shopenhauer. Particularmente no começo.

Beijos...

11:12 AM  
Blogger l0ir4 said...

A única crítica minha aproveitavel é a de enfocar fortemente no início que trata-se do pensamento de Shopenhauer. Claro... uma visão metodológica. Sendo artigo de jornal, não há tamanho rigor.

11:21 AM  
Blogger  said...

No caso da Espécie estar " comandando" a ação do indivíduo para procriar, ela seria um novo fundamento metafísico. Na verdade, A Vontade é o novo fundamento metafísico em Schopenauer. è como tirar o fundamento metafísico "do alto" e colocá-lo na imanência, no indivíduo.

No entanto, entendo que Schopenaeur diz que, quando acreditamos amar, estamos na verdade, sendo " enganados", conduzidos pela Espécie para um fim maior- a perpetuação da espécie. E sendo assim, Schopenauer reduz o amor ao biologicismo, deixando de lado várias outras facetas do amor (como a admiração, a necessidade, o inconsciente que nos faz amar esta ou aquela pessoa, a cultura que nos ensina como e a quem amar etc etc).

abração,
Zé Paulo

9:00 AM  

Postar um comentário

<< Home