Amor biológico (artigo)
O amor, licor de vários corações. Ora de choro, ora de alegria, quem é “esse” que a todos os seres humanos em algum (ou alguns) momento da vida são apresentados? O que é isso que é capaz de mover montanhas para se concretizar? Estarei mostrando, com este artigo, uma das muitas facetas disso que chamamos amor.
Por mais que queiramos aumentar o amar, ele é uma coisa não tão complicada (quem o complica somos nós) e tão pouco coisa para poucos. Schopenhauer, em seu livro Metafísica do Amor, diz que “Todo enamorar-se, por mais etéreo que possa parecer, enraíza-se unicamente no impulso sexual”(MA,7). Esse impulso sexual é o instinto. Um dos maiores problemas do humano é a dificuldade de se entender mais uma espécie na face da Terra, uma espécie como, ou quase como, todas as outras espécies. “Ele (amor), ao lado do amor à vida, mostra-se como a mais forte das molas propulsoras”(MA,7), isto é, o amor, que podemos chamar de instinto de reprodução, ao lado do instinto de sobrevivência, são da natureza humana, e são eles que movem o humano, assim como movem qualquer outro animal. Como disse Max Schiller: O que move o mundo é a fome e o amor.
O instinto é algo já dentro do humano. Quando vemos uma pessoa e sentimos aquele estardalhaço de sensações, quem agiu foi o instinto. Ele procura uma outra pessoa para completar a si mesmo. Mas o que é esse instinto? Para Schopehauer, “o fim último de toda disputa amorosa é realmente mais importante que todos os outros fins da vida humana. De fato, o que é decidido não é nada menos do que a composição da próxima geração”(MA,8). Isso quer dizer que, em detrimento dos indivíduos, o que está em jogo no amor é a geração vindoura, é a criança a ser procriada. O instinto então seria a briga da espécie por continuar a viver, pois é apenas ela que possui vida eterna. “O problema do amor trata da existência e constituição especial do gênero humano nos tempos vindouros, e na qual, por isso, a vontade do indivíduo entra em cena numa potência mais elevada, como vontade de espécie”(MA,9). Essa vontade de espécie podemos chamar de instinto.
Mas porque por uma pessoa sentimos tais coisas e por outras não? Quando “examinamos” a outra pessoa, “este investigar é a meditação do gênero da espécie sobre o possível indivíduo que ambos poderiam procriar e a combinação de suas qualidades”(MA,34), para cada indivíduo há um outro que combina com suas qualidades, sempre tendo em vista o melhor da espécie. Essa vontade por uma pessoa que vai aumentando, é já a vontade do indivíduo que está por nascer, é a vontade da espécie em continuar a existir. Assim, os amantes acham que estão sentindo aquela coisa eterna, que dizem não acabar, mas não enxergam que estão sendo “usados” por algo bem maior: A espécie. Ou podemos até dizer: Somos usados pela Natureza. “O que, portanto, guia aqui o Homem é realmente um instinto, orientado para o melhor da espécie, enquanto ele imagina procurar apenas o supremo gozo pessoal”(MA,18).
O instinto é algo já dentro do humano. Quando vemos uma pessoa e sentimos aquele estardalhaço de sensações, quem agiu foi o instinto. Ele procura uma outra pessoa para completar a si mesmo. Mas o que é esse instinto? Para Schopehauer, “o fim último de toda disputa amorosa é realmente mais importante que todos os outros fins da vida humana. De fato, o que é decidido não é nada menos do que a composição da próxima geração”(MA,8). Isso quer dizer que, em detrimento dos indivíduos, o que está em jogo no amor é a geração vindoura, é a criança a ser procriada. O instinto então seria a briga da espécie por continuar a viver, pois é apenas ela que possui vida eterna. “O problema do amor trata da existência e constituição especial do gênero humano nos tempos vindouros, e na qual, por isso, a vontade do indivíduo entra em cena numa potência mais elevada, como vontade de espécie”(MA,9). Essa vontade de espécie podemos chamar de instinto.
Mas porque por uma pessoa sentimos tais coisas e por outras não? Quando “examinamos” a outra pessoa, “este investigar é a meditação do gênero da espécie sobre o possível indivíduo que ambos poderiam procriar e a combinação de suas qualidades”(MA,34), para cada indivíduo há um outro que combina com suas qualidades, sempre tendo em vista o melhor da espécie. Essa vontade por uma pessoa que vai aumentando, é já a vontade do indivíduo que está por nascer, é a vontade da espécie em continuar a existir. Assim, os amantes acham que estão sentindo aquela coisa eterna, que dizem não acabar, mas não enxergam que estão sendo “usados” por algo bem maior: A espécie. Ou podemos até dizer: Somos usados pela Natureza. “O que, portanto, guia aqui o Homem é realmente um instinto, orientado para o melhor da espécie, enquanto ele imagina procurar apenas o supremo gozo pessoal”(MA,18).
6 Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
Cai em contradição, gostei do seu artigo quando o li a 1ª vez, mas depois, lendo-o com mais calma pude analisá-lo melhor...
Se vc alemjava falar sobre a noção de amor em Schopenheir, deveria ter deixado mais claro que era sobre schopenheur...
Porque depois dele surgiu a teoria da evolução de darwin, que trata infinitamente melhor a questão,surgiu Freud, etc. (acredito que saiba mais que eu)
Existem milhões, se não bilhões de páginas a respeito do assunto. O pensamento de shopenhaur é extremamente atrasado a respeito de evolução.
Ele da uma explicação simplísta e evolucionista do amor.
Mas ele faz isto antes da teoria da evolução de darwin e antes da fundamentação da psicologia (que trata, entre outros, de sentimentos)
É como tentar mandar um foguete para lua usando a física de aristóteles.(Mas aristóteles é muito importante enquanto filósofo, e estudar sua física tem sim uma grande utilidade.)
Bem, é justamente o assunto de filosofia que não posso afirmar, pois não conheço nem schopenhaur, nem sou especialista em comentar filósofos.
Primeira vez que comento, não vai ficar bravo comigo, em...
beijos!
Ola Dayane, tudo bem?
Obrigado pelo comentário. Não há motivos para que eu fique bravo, pelo contrário. Realmente o que vale é discutirmos sobre os temas, e eu estou aberto a discussão.
O que acontece é o seguinte: Este artigo foi feito para um jornal que meu grupo de estudos queria fazer na faculdade, depois resolvi colocá-lo aqui. Acho que está com a razão de eu não ter explicitado desde o início que queria falar sobre Schopehauer, porém isso é percepitível no decorrer do texto. Em todo caso, confesso esse meu erro.
Agora, existe uma coisa que precisamos discutir aqui: Eu não acho em nada atrasado o pensamento de Schopehauer, pelo contrário. O que fica bem a mostra, para mim, no filosofo que escolhi para tratar, é que ele chama de Espécie: enquanto pensamos que o amor nasce por uma vontade indivídual, ele percebe que o amor vem de uma vontade maior, que é a vontade de espécie, que está ligado sim a evolução, mas o que quis tratar não diz respeito a evolução e penso mesmo que esse não era o objetivo primordial de Schopehauer neste seu livro.
O que precisamos entender que tudo são posições, e como eu disse no início do texto "Estarei mostrando, com este artigo, uma das muitas facetas disso que chamamos amor", ou seja, não fechei uma verdade absoluta no que é o amor, mas me propuz uma visão, ou uma posição, do modo como Schopehauer trata do problema. Se proponha a ela também e verá que por trás dela esconde-se algo de interessante.
A explicação dele não é nem simplista e não sei se podemos dizer que evolucionista, mas este último conceito até cabe, porém o primeiro, bom, se fosse simplista ele não seria um dos maiores filosofos do XVIII. Mas, cada um com sua opinião, ou melhor, sua posição.
Até.
Gustavo...
Tudo bem. E com vc??
"...Mas, cada um com sua opinião, ou melhor, sua posição.
Até."
Vc ficou ofendido com meus comentários?
Este tipo de questão, creio eu, debate-se pessoalmente, ou por escrito... geralmente de pessoas que entendem do filósofo, o qual não é meu caso.
Apenas dei a minha opinião... sequer escrevi a gerar este tipo de problema.
Bem, uma "critica" que posso fazer. Vc deve enfatizar mais que é a visão de Schopehauer a respeito do "amor"... é o pensamento de Shopenhauer. Particularmente no começo.
Beijos...
A única crítica minha aproveitavel é a de enfocar fortemente no início que trata-se do pensamento de Shopenhauer. Claro... uma visão metodológica. Sendo artigo de jornal, não há tamanho rigor.
No caso da Espécie estar " comandando" a ação do indivíduo para procriar, ela seria um novo fundamento metafísico. Na verdade, A Vontade é o novo fundamento metafísico em Schopenauer. è como tirar o fundamento metafísico "do alto" e colocá-lo na imanência, no indivíduo.
No entanto, entendo que Schopenaeur diz que, quando acreditamos amar, estamos na verdade, sendo " enganados", conduzidos pela Espécie para um fim maior- a perpetuação da espécie. E sendo assim, Schopenauer reduz o amor ao biologicismo, deixando de lado várias outras facetas do amor (como a admiração, a necessidade, o inconsciente que nos faz amar esta ou aquela pessoa, a cultura que nos ensina como e a quem amar etc etc).
abração,
Zé Paulo
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