Devaneios e Loucuras

Simples verdades mentirosas e ilusões verdadeiras!

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Local: Mogi das cruzes, SP, Brazil

Intensidade e espontaneidade, assim a poesia acontece.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Ter runta!

Ter runta!
Vossa mercê
Em plebes-contínuos-amenos-afagos
Cristalizando a pérola
Vermelha, de Eros
Amando com asas

Ter runta!
Tanto, que acaba
O espaço,
Mecanicamente louco
E louçainha...

Ter runta!
Vossa mercê de bruços
E de pé, e voando
Busto, loucamente
Abro, e laço
Em colares sem preço.

Ter runta!
O sabor, o calor,
A massa e espírito,
Nas mãos do coração,
Mastigá-lo...
Mastigamento cardíaco
E pulmonar...
No olhar ar se perde
Asmáticamente
Louco, quebrado...
E agora, nisso,
Estéril!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Reflexão 4

O Nada é o não-ser do Ser, e este é o não-ser do Nada. Quem está no Nada verá no Ser um não-nada, o que para ele será um não-ser. Nós que (pelo menos pensamos que) estamos no Ser, mesmo que seja um sendo (pois este carrega algo de Ser) vemos o Nada como um não-ser. Mas o que aconteceria se soubéssemos que nos encontramos no Nada, e o Ser que procuramos não é o que pensamos que ele é, justamente por não-ser? De fato, parece ser isso que experimentamos de maneira invisível.

sábado, setembro 16, 2006

Te abracei e você sumiu
Acho que partiu, virou fumaça
Me desesperei e saí pela entrada
Dai peguei o caminho mais curto
Até a sala do diretor
E me despedi dele
Então tudo se tornou amarelo
As distâncias pareceram maiores
Mas era nesse ponto que devia te achar
E andei no meio de formigas
Elas dormiam...
Eu acordado encontrei um outro
Desperto, que me deu a benção
Olhei para a Lua e você me chamava
Não tinha mais como voltar
Alguns passos eram queda
Mas queda pra cima
O Desperto me deu um amuleto
Que era o fogo dos Deuses
Agora clareava a passagem
Mas as formigas queriam me engolir
Então as lancei a luz
Não aceitaram e me jogaram pra fora
Saí do lixo e sorri
Porque passei no teste,
Daí te vi lá em cima,
O caminho era fácil e árduo
Quis ir, mas meus pés ficaram
Fui sem eles.
Comecei a ir flutuando
Comi uma estrela-do-mar
Então refiz meus pés, e minhas asas
Agora era um anjo, à procura da Deusa
Decidi voar mais rápido e furar os olhos
Fingi não ver o que via,
E sorri para as formigas lá embaixo
As roguei as bênçãos,
Fui perdoado e virei Deus,
Agora podia te encontrar
Virei fumaça e parti...
Te encontrei e nos fundimos
Na perfeição divina que nos tornamos
Viramos dois em um
E agora somos o Criador...
Que também é a!

segunda-feira, setembro 11, 2006

Vamos viver a loucura, a utopia, vamos ser trágicos! Vamos fazer loucuras, utopia, fazer a vida, a existência! A perdemos porque não temos mais vida. Nós nos matamos. O mundo não é bom nem mal, ele apenas é o mundo! Nós é que o fazemos mal por tentarmos viver a vida dos outros e queremos que os outros vivam a nossa vida. Vamos cada um viver a sua loucura, a sua utopia!
Viver é Ser, e nos esquecemos disso. Quando procurarmos o Ser no Viver o encontraremos. Á séculos têm separado o Ser do Viver, mas um e outro são os mesmos! O existir é o Ser e o existir é a Vida. É tão simples! Viver é Ser! Ser o que queremos, pois assim vivemos o que somos!
E vamos sendo eternamente, não essa eternidade de vida pós morte, mas a eternidade do aqui-e-agora, dos momentos que por mais que acabem são eternos enquanto momentos!
Vamos nos permitir! Nos permitir a loucura, a utopia, aos sonhos, aos outros, a nós, a Ser, a Viver, a EXISTIR!
VAMOS NOS PERMITIR!!!

segunda-feira, setembro 04, 2006

A nova religião

Beco sem saída
Em que nos encontramos
E tentamos voltar
Mas nem isso podemos

Vamos avante
Porque talvez seja pra lá
O encontro com o muro
Para a ruína selar

Fechemos os olhos
Pois só assim sorrimos
E vamos brincando
De estarmos bem

Sou um garotinho
Fadado ao fracasso
Assim como todos:
Quem é humano fracassa!

Como viver assim?
Uma vida fadada ao pessimismo,
Fadada à morte escondida
Porque todos já morremos!

Não existe ressurreição
Por sermos todos acaso,
Um grande sem motivo
Da grande mãe natura

Vamos parar de nos matarmos
E vamos nos rebelar contra tudo,
E contra nos mesmos também!
Querem por ordem...

Querem mas já não conseguem
Somos organismos desordenados
Quem quer ser formiga?
Eu sou um leão!

Quem disse: Ordem!?
Morte a todo tipo de ordem
Pois ela vai me colocar rédeas
Para ditar por mim uma coisa que não quero ser.

Nem mesmo rimas devem ter ordem
Nem mesmo a arte,
Nem mesmo eu,
Nem mesmo as formigas!

O que me faz diferente delas
É eu tentar organizar algo que não é organizado
Ignorando as outras possibilidades
E me entregando ao destino...

Destino fútil e embasado
Em uma moralidade que me mata
E quebra com o meu maior bem...
Que é viver!

Sim, viver é um bem!
Desde que desapegado dessa moralidade
Anti-carne... que faz com que eu despreze
Todas as paixões para acreditar

E vamos acreditando em um Deus que ordena
Um rebanho desgarrado
E poucos de nós nos rebelamos,
Porque ir contra Deus é ser marcado por brasa!?!

O inferno é Deus!
Sem ele o inferno não existe!
Porque quero ir pra ele?
E negar a minha natureza?

A minha natureza é negar Deus!
Mas não é ser ateu!
Há uma diferença...
Um ateu ainda é um crente!

Eu creio no Humano!
Eu creio na desracionalização de meus sentidos!
A minha religião é a minha excitação e minha vontade!
Sem mais para a ignorância da moralidade.

Apenas uma moral deve imperar:
A do respeito.
Porém com Deus impera a outra:
A do domínio.

Quero sair do domínio angelical
Virar um anjo humano capaz de ser...
Ser com todas as letras...
Ser de todas as formas...

A crença gera preconceito
E o preconceito gera desrespeito.
Vou parar de desrespeitar a mim
Acreditando em algo que ancestrais criaram.

Não quero mais essa balela
De desesperança e messianismo,
Vou começar a mandar em Deus,
Porque ele é meu fruto.

Amem!

sexta-feira, setembro 01, 2006

Vento do Sim

Sim!- dizia o vento-
Enquanto me perdia
Em mim, devaneava,
E ela estava lá
Aos meus ouvidos
E soprava o vento
Que dizia: Sim!
Me levantei pasmo,
Com a aceleração
Que assolava todos
Os meu fluídos corpóreos
Enquanto o vento dizia: Sim!
Eu parecia ser
Uma parede concreta
Que é difícil rebentar.
Mas me rebentei
Por mim mesmo
Quando o vento disse: Sim!
Áh, por que eu não aceitava?
Como era tolo!
Fui pequeno e desmoronei
Sobre o vento...
Que dizia: Sim!
Agora onde está ele?
Depois que ela se foi
A brisa não existe!
E eu fico nesse
Frio estático, só
Procurando o sopro quente
Do vento que me dizia: Sim!
A culpa foi minha!
Sopro divino,
Eu fiz a fonte se fechar,
E parar com o canto
Que assoviava,
Como uma lira divina,
Em meus ouvidos
E me dizia: Sim!
O que tenho agora?
- Pergunto eu a meus cacos-
Apenas febre e pena,
Já que me encontro
Agora no vazio
Que sopra a brisa
Me dizendo: Não!

Lua de dor

Áh essa lua
que me rebenta de dor...
e ela é tão amarga.
Porque faz me sentir o sabor
mas não me deixa nutrir?
Ai , essa lua de dor!
Que não me deixa alcançá-la
Essa lua que arde
como um fogo
que você ama quando vê
mas quando encontro
ele me queima
porque eu quero ele,
e ele também me quer!
Mas ele arde...
Espada argêntea-chama,
vem nu e eu te abraço
mesmo sendo para morrer!