Devaneios e Loucuras

Simples verdades mentirosas e ilusões verdadeiras!

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Local: Mogi das cruzes, SP, Brazil

Intensidade e espontaneidade, assim a poesia acontece.

segunda-feira, março 26, 2007

Estamos sozinhos!
Sempre, sem ninguém.
Até, vezes sem nós mesmos.
Num mundo solitário
Só no mundo,
Sozinho nos outros
...
Por isso, completamente
Colados em tudo,
Grupalmente só
E assim, tão juntos!

segunda-feira, março 19, 2007

Dúvida primeira

Como posso estar parado
Se sinto-me dançar
Junto a todo o Universo?
Nesse movimento da Existência
Convergido agora em mim,
E por isso estou em vários lugares
E, no fundo, não em estou em lugar algum!
Afinal, aonde estou?
Nesse espaço que parece um Nada
E parece-me que tudo está em todos os lugares,
Se os lugares existirem...
E se tudo está em tudo
Somos todos iguais!
Somos todos a mesma coisa!
Mas, se não existirem tais espaços,
Então, no Nada estamos! (?!)
Hirtos no Nada para nada!
Assim sendo, o Nada é Todos-os-lugares!
Ora: O que Existe é o Nada,
Ou é Todos-os-lugares?
Não são o mesmo?(!)
Se são, porque é que eu apenas não danço?,
Junto a todo esse movimento,
Das coisas que são (das que conheço)
E das que ainda não conheço,
Porque é que quero saber o porquê danço?

quinta-feira, março 08, 2007

Nuvens

Postarei hoje um poema de meu mestre Álvaro de Campos. Mestres são mestres! Hoje não estou com vontade de postar textos meus, penso que este fale mais do que qualquer palavra que poderia ouvir hoje. (Pelo menos, quase todas elas!)


No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
Obrigações morais e civis?
Complexidade de deveres, de consequências?
Não, nada...
O dia triste, a pouca vontade para tudo...
Nada...

Outros viajam (também viajei), outros estão ao sol
(Também estive ao sol, ou supus que estive),
Todos têm razão, ou vida, ou ignorância simétrica,
Vaidade, alegria e sociabilidade,
E emigram para voltar, ou para não voltar,
Em navios que os transportam simplesmente.
Não sentem o que há de morte em toda a partida,
De mistério em toda a chegada,
De horrível em todo novo...
Não sentem: por isso são deputados e financeiros,
Dançam e são empregados no comércio,
Vão a todos os teatros e conhecem gente...
Não sentem: para que haveriam de sentir?

Gado vestido dos currais dos Deuses,
Deixá-lo passar engrinaldado para o sacrifício
Sob o sol, álacre, vivo, contente de sentir-se...
Deixai-o passar, mas ai, vou com ele sem grinalda
Para o mesmo destino!
Vou com ele sem o sol que sinto, sem a vida que tenho.
Vou com ele sem desconhecer...

No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
No dia triste todos os dias...
No dia tão triste...
13/5/1928

terça-feira, março 06, 2007

O grande grito: Dane-se!
Em nome de todos vocês,
Meus companheiros de existência.
Humanos? Ainda não!
Vendemos nossos corpos
Para comprar almas supérfluas,
Louvamos juntos, agora,
Esse existir quase inexistente!
Vacuidade humana, que chamamos
Idéia. Pouco importa ela!
Ela e todos os valores!
Físicos e metafísicos;
Pouco importa a meta!
Será que não percebem,
Bestas de carga de olhos atados,
Que isso não é a vida?!
Bem vindos a Terra,
Planeta dos extraterrestres,
Que fazem daqui um verdadeiro deserto de existência!