Devaneios e Loucuras

Simples verdades mentirosas e ilusões verdadeiras!

Minha foto
Nome:
Local: Mogi das cruzes, SP, Brazil

Intensidade e espontaneidade, assim a poesia acontece.

quarta-feira, novembro 28, 2018

O maior engano da humanidade

Corações que não deixam de querer
Como se o amar fosse
De fato, algo além de criação
Convenção feita, desejo íntimo
De passar pra além
Sua genética, monogamia falida
Que gera dominação, violência,
E também angústia e poesia.
Relações que ecoam
Débeis, o medo da solidão
Da morte da espécie.
E chamaram alma-gêmea
E controlaram o outro
E mataram o amor,
Como mataram Deus e o diabo,
Como enlouqueceram corações
A duelar pela posse
Da paixão fugidia
Tudo em nome da fraqueza humana
Em querer controlar seu corpo
Pelo corpo do outro,
Corpo esse que grita
Prazer esse que explode,
Erógenos sentidos
E o seu nome,
E ele deve ser só de alguém
Menos de nós mesmos.
E fingimos o amor,
E por ele ficamos ébrios,
Cantamos súplicas
Nos enganando com a metafísica,
A mentira das mentiras,
Pra calar a vontade suprema
E nos desfazermos do suposto pecado.
Imagem fugidia que enlouquece
Os mais afortunados
E os lança para o berço
Da propriedade e da dominação,
E nos faz anular quem somos
Em nome da ideia
Daquilo que chamamos amar.

terça-feira, novembro 27, 2018

O ludibriar do amor imaginativo

Dos amores proibidos que exulta
Dilacerado querer demasiado
Falso palpitar que suplica
Um arco-íris de paixão extasiado

O respirar canta, estupefato,
O clamor das vísceras delinquente
Na vontade ignóbil enclausurado
Querendo fugir do sentir insolente.

É falsa e mentirosa essa gastura
E só se faz presente na clausura
De imaginar aquilo que se sente

Mas arde, tal qual formosura doce
E a sublimação é real e cresce
No peito de quem ama falsamente.

quinta-feira, novembro 22, 2018

Proibida vontade

Pela contingência fomos separados
E por ela também nos encontramos.
Se o tempo atrasasse pra mim
Ou pra você adiantasse
Talvez nossos corpos poderiam,
Na exaltada vontade,
Se chocar, entrar
Fraternalmente um n’outro
E isso, quem sabe, viraria amor.
Mas a Fortuna não quis assim
Me jogando numa espécie de desespero.
Não poderemos, nunca,
O calor seu e meu sentir!
Nunca poderei acariciar
Sua pele aveludada,
Seu rosto exuberante,
Seus olhos que tocam profundo,
Penetrantes e infinitos,
Seu sorriso jovial,
Seu coração de mel
E assim nesse frívolo existir,
Sentido se fazer gozo
De constelações que se chocam
E fazem o coração bater junto
E soar demasiado intrépido.
Não, não poderemos estar!
E isso tudo parece ser
Emoções que não posso sentir
Proibidas que se calam
Junto a noite, sozinhas.